quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

o instinto e as paixões ~

Sendo o instinto o guia e as paixões a energia das almas no primeiro período do seu desenvolvimento, confundem-se às vezes nos seus afectos.

Há no entanto entre estes dois princípios diferenças que é essencial considerarmos.

instinto é um guia seguro, sempre bom; numa determinada altura, pode tornar-se inútil, mas nunca prejudicial; enfraquece com a predominância da inteligência.

As paixões, nos primeiros anos da alma, têm isto de comum com o instinto, no que os seres são para isso solicitados por uma força igualmente inconsciente.

Nascem mais particularmente das necessidades do corpo e estão mais ligadas ao organismo do que o instinto.

O que sobretudo as distingue do instinto é que são individuais e não produzem, como este último, efeitos gerais uniformes; pelo contrário, vemo-las variar de intensidade e de natureza consoante os indivíduos.

São úteis como estimulante até à eclosão do sentido moral que, de um ser passivo, faz um ser racional; nesse momento, não só se tornam inúteis como são prejudiciais à evolução do Espírito, a que retardam a desmaterialização; enfraquecem com o desenvolvimento da razão.

O homem que agisse constantemente por instinto poderia ser muito bom, mas deixaria a sua inteligência adormecer; seria como uma criança que não largasse os suspensórios e não soubesse servir-se dos seus membros. Quem não domina as suas paixões pode ser muito inteligente mas, ao mesmo tempo, muito mauO instinto anula-se por si; as paixões só se dominam com força de vontade.

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ALLAN KARDEC,  A GÉNESE – Os Milagres e as Profecias Segundo o Espiritismo – Capítulo III, O BEM E O MAL, O instinto e a inteligência, números 18 e 19, fragmento. Tradução portuguesa de Maria Manuel Tinoco, Editores Livros de Vida.
(imagem: Linnocence, pintura de William-Adolphe Bouguereau)

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