Conteúdo resumido
Defensor implacável da pureza doutrinária do Espiritismo, Herculano Pires nesta obra faz uma rigorosa crítica à obscura “Teoria Corpuscular do Espírito”, de Hernani
Guimarães Andrade, formulada na sua obra que leva o mesmo título. Mais uma
vez Herculano demonstra a sua grande preocupação com as distorções conceptuais
e doutrinárias que ocorrem no meio espírita.
Afirma o autor que a vaidade e a ambição levam muita gente a
dar passos mais largos do que as pernas permitem. É o que hoje se vê, de
maneira assustadora, no meio espírita. Multiplicam-se os casos de fascinação.
Pessoas que podiam ser valiosas transformam-se em focos de confusão e
perturbação, com a sustentação de teorias absurdas que levam a doutrina ao
ridículo.
Este pequeno livro traz ensinamentos indispensáveis que nos
auxiliam a “separarmos o joio do trigo” e evitarmos confusões na interpretação
dos conceitos da Doutrina Espírita.
A Pedra
O símbolo da pedra de toque é usado neste livro para
representar a Codificação do Espiritismo. Qualquer novidade que apareça no meio
doutrinário pode revelar a sua legitimidade ou a sua falsidade num simples
toque dos seus princípios com os da doutrina codificada. Na crítica aprofundada
que faz da “Teoria Corpuscular do Espírito”, oferece um modelo seguro de
análise a que devem ser submetidas todas as inovações propostas. De posse desse
modelo os estudiosos terão um roteiro eficiente para sua orientação no uso do
bom senso e da razão crítica.
A palavra crítica é aqui usada no sentido clássico de
avaliação de uma obra ou de uma teoria, e não no sentido popular de censura ou
maledicência. A crítica como avaliação é indispensável ao desenvolvimento
da cultura, ao aprimoramento da inteligência. Sem a justa apreciação de livros
e doutrinas estamos sujeitos a enganos que nos levarão a situações desastrosas. Há
doutrinas apresentadas com roupagem literária e científica enganadora.
Precisamos despi-las para chegar à verdade que, segundo a tradição, só pode ser
conhecida na sua nudez.
O Joio
O joio é uma gramínea que nasce no meio do trigo,
prejudicando a seara. No Evangelho ele aparece como símbolo de doutrinas
erróneas. O autor utilizou-se dessa imagem para caracterizar as pretensas
renovações doutrinárias que surgem no meio espírita. Passa em revista as que
mais se destacam no momento, advertindo o leitor contra os perigos que
apresentam, e aprofunda a sua crítica, de maneira minuciosa e severa, ao tratar
da que lhe parece mais representativa.
O seu objectivo é mostrar a necessidade de encarar-se o
Espiritismo como uma doutrina apoiada em métodos seguros de pesquisa e
interpretação da realidade, que não pode ser tratada com leviandade. Oferece ao
leitor uma exposição do método de Allan Kardec, até hoje praticamente não
analisado, e chama a atenção dos estudiosos para a importância de conhecerem
esse método, a fim de não se deixarem enganar pelo joio e poderem examinar de
maneira eficaz as novidades que surgem no meio doutrinário.
Um pequeno livro de grande e profundo conteúdo,
indispensável a todos os que desejam evitar confusões no estudo da doutrina.
/…
Herculano Pires, José – A Pedra e o Joio, Crítica à Teoria
Corpuscular do Espírito. Conteúdo resumido, A Pedra, O Joio, 1º fragmento da
obra.
(imagem de ilustração: As Colhedoras de Grãos,
pintura a óleo por Jean-François
Millet)
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