domingo, 29 de agosto de 2021

Oliver Lodge, por que creio na imortalidade da alma ~


RESUMO DE POSTULADOS OU CONCLUSÕES TIDADOS DA EXPERIÊNCIA 

(Numerados para referência) 

1) – Que a actividade mental não é limitada às suas manifestações corporais, se bem que, em certo meio material, seja necessária para nos demonstrar a sua actual actividade neste plano. 

2) – Que o mecanismo cérebro neuromuscular, assim como o resto do corpo, formam um instrumento construído, dirigido e utilizado pela vida e pelo espírito, instrumento que pode deteriorar-se ou usar-se de modo a impedir a sua utilização regular pela entidade dirigente normal; que os sinais dessa deterioração ou desse deslocamento podem claramente mostrar-se sem nos dar o direito de daí tirar outra conclusão que a de uma obstrução ou de uma imperfeição no canal ou laço de comunicação entre o espírito e a matéria. 

3) – Que nem a vida nem o espírito deixam de existir quando são separados do seu invólucro ou órgão material: cessam somente de funcionar na esfera material anterior, como quando o instrumento estava em bom estado. De facto, nada deixa de existir; só a forma de vida é que muda. Certa coisa pode perfeitamente desaparecer diante dos nossos olhos, tornar-se imperceptível aos nossos sentidos, mas isso não é uma prova de que tenha deixado de existir. Esse facto, bem evidente quando se trata de matéria e de energia, é igualmente verdadeiro, na minha opinião, quando se trata da existência vital ou espiritual. Não temos razão alguma para supor que algo de real possa deixar de existir, ainda que facilmente disperso ou tornado inacessível aos nossos sentidos. 

4) – Que o que chamamos “indivíduo” é uma encarnação definida ou associação com a matéria de algum elemento vital ou espiritual que possui em si mesma uma existência contínua. A entidade, ou, nos seus desenvolvimentos superiores, a personalidade, não depende certamente da identidade das partículas materiais que a fazem manifestar-se; ela não pode ser senão um atributo da entidade dirigente que congrega tais partículas durante certo tempo, as deixa e as renova durante a sua vida ordinária, sem que a sua continuidade seja de qualquer forma alterada. 

5) – Que o valor da encarnação se encontra na oportunidade assim oferecida para a individualização de uma parte da mentalidade específica gradualmente mais vasta, isolada do seu meio primitivo cósmico, a fim de lhe permitir desenvolver uma personalidade que será a característica desse organismo particular. 

6) – Que, quando tal individualidade ou personalidade é real, há lugar para acreditar-se que ela persista como toda outra realidade e que, em consequência, pode sobreviver à sua separação do organismo material, que a ajudava outrora a isolar-se, para se tornarem possíveis os traços característicos individuais do seu carácter. Que o carácter individual, assim formado, persiste verdadeiramente como indivíduo, conservando a sua memória, as suas experiências e as suas afeições, segundo oportunidades e privilégios associados ao corpo material, durante a vida terrena. É uma questão que será resolvida pela observação directa e pela experiência. 

Eis, pois, a minha conclusão final: 

7) – Que a evidência, já acessível, nos basta para provar que o carácter individual e a memória persistem, que as personalidades que deixaram esta vida continuam a existir com os seus conhecimentos e as experiências adquiridas neste plano e que, em certas condições parcialmente conhecidas, os nossos amigos invisíveis podem provar-nos a sua sobrevivência real, individual e pessoal. 

Posição actual destas teses 

No momento em que escrevo, todas estas conclusões ou deduções, provenientes de um longo inquérito, são consideradas duvidosas pela ciência ortodoxa, que, até aqui, se tem limitado a manifestações terrestres, sem pesquisar o que quer que seja no plano espiritual. 

Qualquer insistência sobre tais proposições choca com a zombaria que as encara como pura especulação ou mesmo como superstição. Essas conclusões, por outro lado, não parecem essenciais à religião, na sua aceitação geral e, são, na maioria, desaprovadas como ensino religioso. Pode, portanto, perguntar-se porquê, como tantos outros, fomos de tal forma tocados pela verdade e a importância vital desta doutrina, que não nos importamos de acarretar com todas as censuras e zombarias que nos possam lançar os seus adversários e, por que considero um dever a defesa de tais teses, que merecem respeitosa consideração e, que se aperfeiçoam na medida do progresso da nossa experiência e do nosso conhecimento. 

Tal a pergunta a que desejo responder brevemente nesta obra, tanto quanto possível. Uma resposta completa exigirá o estudo dos factos registados na respectiva literatura pelo menos de meio século ou de mais ainda, estando a literatura antiga cheia de factos idênticos, alguns insuficientes e pouco científicos, que são as suas narrativas. 

A evidência dos factos aumenta dia a dia e aumentará mais rapidamente ainda quando o grupo da crítica desdenhosa tiver desaparecido e a pobre humanidade terrena ficar livre do jugo da opressão militante. 

/… 

Oliver LodgePor que creio na imortalidade da Alma, Capítulo I Resumo de postulados ou conclusões tirados da experiência / Posição actual destas teses, 3º fragmento desta obra. 
(imagem de contextualização: Luz e Cor (Teoria de Goethe) A manhã após o Dilúvio, Moisés escreve o livro Génese (1843), pintura de WilliamTurner

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

o sentido da vida ~


~~ do empirismo à | ciência ~ 
(I de II) 

Até ao aparecimento do Espiritismo em forma de doutrina filosófica, bem definida, apoiada num sistema científico de observação, de pesquisa e de experimentação, as questões relativas à sobrevivência do homem e ao seu destino no além-túmulo pertenciam exclusivamente ao empirismo. E nem se poderia esperar outra coisa, de um mundo que estava saindo inteirinho do empirismo e, que mal começara a trilhar, com Galileu, o terreno das ciências positivas. Se em medicina, até Claude Bernard, a clínica se fazia ao sabor de velhos tabus e sistemas quase instintivos, como se desejar que, em matéria muito mais subtil, difícil e complexa, como a ciência do espírito, pudessem os homens se ter adiantado mais rapidamente? 

Espiritismo abriu a primeira picada no matagal cerrado das superstições, derrubando a golpes de bom senso, como diz o poeta leproso Jésus Gonçalves, os tabus do velho misticismo imponente, enclausurado nas igrejas dominantes. Graças a ele, ao formidável surto de fenómenos que se verificou por toda a parte, na ocasião do seu aparecimento – como os rubores do horizonte e a brisa matinal aparecem no momento de raiar o sol –, foi possível, embora com as maiores dificuldades, um rápido avanço nesse terreno. O ambiente, aliás, já estava preparado, através das lutas cada vez maiores e mais sérias contra a dominação clerical e as absurdas imposições de uma crença destituída de qualquer base racional. As igrejas estavam, na verdade, vacilantes nos seus alicerces seculares, incapazes de resistir à investida arrasadora do raciocínio científico, que parecia destinado a desnudar por completo as formas mumificadas da religião, mostrando-as ao povo na hediondez de sua esterilidade e do seu artificialismo de sarcófago. 

Allan Kardeco bom senso encarnado, compreendeu prontamente o alcance da tarefa que os espíritos lhe depositavam nas mãos. Ele ia enfrentar o mundo, ia enfrentar todo o convencionalismo da época, desde os mais velhos sistemas da liturgia religiosa, até aos mais modernos princípios afoitamente proclamados pelo materialismo nascente. Cabia-lhe uma luta gigantesca, tinha ele de enfrentar, em campo raso, sem auxílio de uma única fortificação, o exército dos padres, dos cientistas, dos filósofos, dos jornalistas e escritores, dos intelectuais e dos crentes, o bombardeio dos púlpitos, das cátedras e das tribunas. Mas era preciso enfrentar a tarefa, não havia por onde fugir. Como Galileu, ele havia tocado fundo o mistério, sabia que as mesas giravam e sabia por que o faziam. Como Pasteur, ele tinha visto a acção física, discreta, concreta, dos agentes invisíveis. E contava, além disso, com o auxílio dos companheiros espirituais, sempre dispostos a ampará-lo e esclarecê-lo. Foi por isso que, sem nenhuma atitude espectacular de vidente ou predestinado, sem qualquer encenação oracular, o sereno professor de pedagogia iniciou o seu trabalho, na cidade de Paris, centro do mundo e da cultura, que ele transformaria, para escândalo dos judeus, como diria Paulo, no quartel-general do Espiritismo. 

No seu pequeno livro O que é o Espiritismo, Kardec revela a natureza da doutrina e mostra-nos mais uma vez a firmeza e a serenidade de sua atitude, dizendo claramente que o Espiritismo não veio ao mundo para se transformar num sistema novo de religião ou se constituir numa nova igreja. 

“O Espiritismo – diz ele – é ao mesmo tempo, ciência experimental e doutrina filosófica. Como ciência prática, tem a sua essência nas relações que se podem estabelecer com os espíritos. Como filosofia, compreende todas as consequências morais decorrentes dessas relações. Pode ser definido assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como das suas relações com o mundo corporal.” 

Assim definida a natureza da doutrina, Kardec reafirmava que não pretendia convertê-la numa escola religiosa. As religiões estavam ameaçadas e tinham o flanco descoberto. Que podiam elas opor aos ataques arrasadores do racionalismo a todos os seus dogmas, cânones e sacramentos? Como se desenvencilharem da acusação de que não eram outra coisa senão as antigas superstições tribais revestidas de aparatos modernos? O Espiritismo surgia como tábua de salvação para todas elas. Era o meio de que elas podiam se servir para justificar racionalmente os seus velhos princípios e, mais do que isso – maravilha! –, para o demonstrar cientifica, objectiva e, experimentalmente, aos homens da era científica – a existência da alma, a realidade demonstrável da sobrevivência. Demonstrado isso, estavam salvas as religiões. Provada a existência da vida depois da morte, quem se atreveria a negar a necessidade de um preparo do homem, nesta vida, para enfrentar depois os problemas da outra, quando se desenvencilhasse do corpo material? 

Os homens de cultura desertavam dos templos. Apenas o povo, na sua simplicidade natural, continuava apegado, pelo coração, às velhas crenças. Mas esse mesmo povo começava a ser trabalhado profundamente por ideologias revolucionárias, que lhe ofereciam, em lugar de um paraíso depois da morte, outro paraíso, muito mais apetecível, nesta própria vida, aqui mesmo, na Terra. Para que os homens cultos voltassem aos templos, era necessário que a religião lhes oferecesse uma arma nova, com que pudessem justificar a sua crença diante da zombaria dos novos profetas da razão. Para que o povo não se desviasse, era preciso mostrar-lhe que o paraíso, no espaço ou na Terra, não se conquista por meros actos exteriores. Essas respostas – que as velhas religiões não possuíam – O Espiritismo trazia-as na palma da mão, como um anjo salvador. 

Mas... Sim, havia um “mas”. Para que as religiões pudessem utilizar-se do Espiritismo, era também necessário que aceitassem uma modificação de atitude, em face dos problemas da razão. O Espiritismo nascia com características nitidamente racionais. As religiões eram ilógicas, irracionais, dogmáticas. Vacilaram, a princípio, mas terminaram, como a igreja judaica diante do Cristianismo nascente, recusando-se a mudar de atitude. E, por fim – ironia da ingratidão e do egoísmo humano! – quando o Espiritismo, por si só, independente de qualquer auxílio, levou de vencida os primeiros obstáculos, reuniu os primeiros sábios e obteve os primeiros êxitos, arredou de sua atitude negativista e agressiva os primeiros materialistas, as igrejas, já então, reforçadas pela evidência dos factos, que ele e só ele produzira, despejaram sobre ele os raios outrora fulminantes da sua maldição. Os espíritas, que haviam aberto a possibilidade de retorno dos homens, cientes e inscientes, ao recinto dos templos, foram corridos dali como os apóstolos das sinagogas foram expulsos como inimigos e hereges. E foi então, só então, diante da repulsa cada vez mais forte das religiões constituídas, que as consequências morais da doutrina, de que fala Kardec, começaram a levar os homens para um novo conceito de religião, para o terreno mais amplo e livre da religião espírita. Esta não é, propriamente uma religião, no sentido clássico do termo, que implicaria organização sacerdotal, sistema litúrgico e sacramental, mas é religião no sentido natural do termo, como norma espiritual de conduta humana. 

/… 


José Herculano Pires, O Sentido da Vida / Do Empirismo à Ciência (I de II), 11º fragmento desta obra.
(imagem de contextualização: Platão e Aristóteles, pormenor d'A escola de Atenas de Rafael Sanzio, 1509) 

domingo, 1 de agosto de 2021

o grande enigma ~


Solidariedade / comunhão universal ~ 

Deus é o Espírito de Sabedoria, de Amor e de Vida, o Poder Infinito que governa o mundo. 

O homem é finito, mas tem a intuição do Infinito. O princípio espiritual, de que é detentor, incita-o a perscrutar os problemas que excedem os limites actuais do seu entendimento. O seu Espírito, prisioneiro na carne, separa-se dela, às vezes e, eleva-se aos domínios superiores do pensamento, donde lhe vêm essas altas aspirações, as quais muitas vezes são seguidas de recaídas na matéria. Daí tantas pesquisas, tentativas e erros, a tal ponto que seria impossível distinguir a verdade, no amontoado dos sistemas e das superstições, que o trabalho das idades tem acumulado, se os Poderes Invisíveis não viessem fazer luz nesse caos. 

Cada Alma é uma irradiação da grande Alma universal, uma centelha gerada do Eterno Foco. Nós, porém, nos ignoramos a nós mesmos e, essa ignorância é a causa de nossa fraqueza e de todos os nossos males. 

Estamos unidos a Deus na relação estreita que liga a causa ao efeito e, somos tão necessários à sua existência quanto Ele é necessário à nossa. Deus, Espírito Universal, manifesta-se na Natureza e, o homem é, sobre a Terra, a mais alta expressão dessa Natureza. Somos a criação e a expressão de Deus, que é a fonte do Bem. Mas esse Bem, nós o possuímos somente no estado de gérmen e, a nossa tarefa consiste em desenvolvê-lo. As nossas vidas sucessivas, a nossa ascensão na espiral infinita das existências, não têm outro fim. Tudo está escrito no fundo da Alma em caracteres misteriosos: o passado, de onde emergimos e devemos aprender a sondar; o futuro, para o qual evolvemos, futuro que nós mesmos edificaremos qual monumento maravilhoso, feito de pensamentos elevados, de acções nobres, de devotamentos e de sacrifícios. 

A tarefa que cada um tem a realizar resume-se em três palavras: saber, crer, querer – isto é, saber que temos recônditos e inatos recursos incalculáveis; crer na eficiência de nossa acção sobre os dois mundos, o da Matéria e o do Espírito; querer o Bem, dirigindo o nosso pensamento para o que é belo e grandioso, conformando as nossas acções com as leis eternas do trabalho, da justiça e do amor. 

Vindas de Deus, todas as Almas são irmãs; todos os filhos da raça humana são unidos por laços estreitos de fraternidade e solidariedade. E porque os progressos de cada um são sentidos por todos, os rebaixamentos de um só afectam o conjunto. 

Da paternidade de Deus decorre a fraternidade humana; todas as relações que nos ligam unem-se a esse facto. Deus, pai das Almas, deve ser considerado o Ser consciente por excelência e nunca em grau de abstracção. Aqueles que possuem consciência recta e são esclarecidos por um raio do Alto reconhecem Deus e o servem na Humanidade, que é a sua filha e a sua criação. 

Atingindo o homem o conhecimento de sua verdadeira natureza e de sua unidade em Deus, tendo entrado essa noção na sua consciência e no seu coração, ele se eleva até à Verdade suprema; domina, do topo, as vicissitudes terrestres; encontra a força que “remove montanhas”, que o torna vencedor na luta contra as paixões e permite desprezar as decepções e a morte. Executa então o que o vulgo chama prodígios. Por sua vontade, por sua fé, submete, governa a substância; quebra as fatalidades da matéria; torna-se quase um deus para os outros homens. Muitos, na sua passagem por este mundo, chegaram a essas alturas de vistas, mas só Cristo delas se compenetrou, ao ponto de dizer à face de todos: “Eu e meu Pai somos um; Ele está em mim e eu estou Nele.”. 

Estas palavras não se aplicam, entretanto, a Ele somente; são verdadeiras para a Humanidade inteira. Cristo sabia que todo o homem deve chegar à compreensão de sua natureza íntima e, é nesse sentido que dizia a seus discípulos: “Vós sois todos deuses.” (João, cap. X, v. 34.) 

Poder-se-ia acrescentar: deuses para o futuro! 

É a ignorância da nossa natureza e das forças divinas que dormem no nosso íntimo, é a ideia insuficiente que fazemos do nosso papel e das leis do destino que nos entregam às influências inferiores, ao que chamamos o Mal. Na realidade, o facto reduz-se a uma falta de desenvolvimento. O estado de ignorância não é, por si mesmo, um mal; é somente uma das formas, uma das condições necessárias da lei de evolução. A nossa inteligência não amadureceu ainda; a nossa razão, criança, tropeça nos acidentes do caminho; daí o erro, os desfalecimentos, as provações, a dor. Mas todas essas coisas serão um bem se as considerarmos outros tantos meios de educação e elevação. A Alma deve atravessá-las para chegar à concepção das verdades superiores, à possessão da parte de glória e de luz, que fará dela uma eleita do céu, uma expressão perfeita do Poder e do Amor infinitos. Cada ser possui os rudimentos de uma inteligência que atingirá o génio e tem a imensidade dos tempos para desenvolvê-la. Cada vida terrestre é uma escola, a escola primária da Eternidade. 

Na lenta ascensão que leva o homem a Deus, procuramos, antes de tudo, a ventura, a felicidade. Todavia, no seu estado de ignorância, não poderia ele atingir esses bens, porque os procura quase sempre onde não estão, nas regiões das miragens e das quimeras, por meio de processos cuja falsidade só lhe aparece depois das decepções e dos sofrimentos. São esses sofrimentos que nos esclarecem; as nossas dores são lições austeras; elas nos ensinam que a verdadeira felicidade não está nas coisas da matéria passageira e mutável, mais na perfeição moral. Os nossos erros e faltas repetidos, com as fatais consequências que trazem, acabam por nos dar a experiência e, esta nos conduz à sabedoria, isto é, ao conhecimento inato, à intuição da verdade. Chegado a esse terreno sólido, o homem sentirá o laço que o une a Deus e avançará, a passo mais seguro, de estádios em estádios, para a grande luz que não se extingue nunca. 

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Léon Denis, O Grande Enigma, Primeira parte / Deus e o Universo, III Solidariedade | comunhão universal (1 de 3), 11º fragmento desta obra. 
(imagem de contextualização: La Madonna de Port Lligat, detalhe | 1950, Salvador Dali)