O Druidismo
Se aplicava sobretudo a desenvolver
a personalidade humana, em vista da evolução que lhe é
destinada. Ele cultivava as qualidades activas, o espírito de
iniciativa, a energia, a coragem; Tudo o que permite afrontar
as provas, a adversidade, a morte com uma inflexível segurança. Esse
ensino desenvolvia, no mais alto grau, entre os homens o sentimento do direito,
da independência e da liberdade. Em compensação, ele era censurado por ter
negligenciado em demasia as qualidades passivas e os sentimentos afectivos. Os
gauleses eram iguais e livres, mas eles não tinham uma consciência suficiente
dessa fraternidade universal que assegura a unidade de um grande país e
constitui a sua salvaguarda na hora de perigo.
O Druidismo
tinha necessidade desse complemento que o Cristianismo de Jesus lhe
proporcionou. Nós falamos do Cristianismo primitivo, ainda não alterado
pela acção do tempo, e que nos primeiros séculos apresentava tanta analogia com
as crenças célticas porquanto ele reconhecia a unidade de Deus, a sucessão das
vidas da alma e a pluralidade dos mundos. Eis por que os celtas o
adoptaram com tanta presteza visto estarem mais bem preparados pelas suas
próprias aspirações.
/...
LÉON DENIS, O Génio Céltico e o Mundo Invisível, Primeira Parte OS
PAÍSES CÉLTICOS, CAPÍTULO I – Origem dos celtas, Guerra dos gauleses, Decadência e queda, Longa noite; o despertar. O movimento pancéltico – O Druidismo, 2º fragmento da
obra.
(imagem de ilustração: The Apotheosis of the French Heroes who Died for
their Country During the War for Freedom_1802, pintura de Anne-Luis
GIRODET-TRIOSON)
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